Viajar de carro: Lousã – Serra da Estrela

Extensão total: 122 Km

É recomendado viajar de carro numa viatura com tracção às 4 rodas. Este percurso desenrola-se numa zona espectacular de montanha, percorrendo as cumeadas entre a Serra da Lousã e a da Estrela. É um possível percurso para visitantes à Queima das Fitas de Coimbra. Os impactos ambientais serão mínimos, sobretudo se respeitar o Código de Conduta do Todo-o-Terreno Turístico, particularmente no que respeita a cuidados com os fogos, com o lixo e com o atravessamento de povoações. Seja prudente em caso de piso escorregadio ou de condições meteorológicas adversas e evite circular sozinho.

Passos do Concelho - Lousã

Passos do Concelho – Lousã

As origens da Lousã remontam à época romana. Veja o núcleo histórico da vila e, nos arredores desta, o Castelo de Arouce e a vizinha Ermida de Nossa Senhora da Piedade. Se subir em Cacilhas pelo antigo troço do Rali de Portugal, encontrará aldeias semi-abandonadas como o Talasnal, Catarredor, Candal e Chiqueiro. Com as suas casas de xisto, são hoje habitadas por estrangeiros ou albergam segundas residências de nacionais. Antes de iniciar o percurso TT, prove os pastéis de castanha e mel da Pastelaria S. Silvestre: serranitos e delícias serranas.

Castelo de Arouce

Castelo de Arouce

O passeio inicia-se com a subida ao Alto de Trevim. A parte inicial desenrola-se através de pinhais que os múltiplos fogos dos últimos anos ainda têm poupado. O piso é bom, resistindo mesmo aos Invernos mais rigorosos. Cedo começa a vislumbrar o vale da Lousã em toda a sua extensão.

Veja como a agricultura ainda é a grande fonte de recursos na zona. Com a chegada à cumeada o panorama muda: as cicatrizes dos fogos são muitas e as montanhas, outrora verdes, tornaram-se mais áridas e agrestes. No Alto do Trevim faça uma pausa para observar a paisagem circundante.

Retome o percurso na direcção de Poveirais (que parece protegida dos invasores por uma muralha natural) seguindo a meia-encosta. Aqui e ali avistam-se colmeias. O chamado mel de urze (a flor de que se alimentam as abelhas) é famoso nesta zona. A partir de Poveirais o percurso far-se-á pelas cumeadas até ao Piódão, a afamada aldeia de xisto. Nesta fase a circulação requer alguns cuidados, especialmente em tempo de chuva ou neve. Ao longo das cumeadas vai progredindo de marco geodésico em marco geodésico. Consultando a carta topográfica 1/25000, verá como estes deltas têm nomes curiosos: Malhadas, Braçal, Malhadinhas, De Cabelos… Ao longe, outros caminhos rasgam a serra como serpentes. Nos vales, as casinhas brancas de aldeias, como é o caso do Ceiroquinho, contrastam com a rudeza da serra. Do marco geodésico da Rocha avista a Barragem de Santa Luzia ao fundo, com as suas águas azuis a darem um tom de frescura às paisagens agrestes e despidas. Em Covanca cruza pela última vez o rio Ceira que limita a leste a serra do Açor. Repare nos terraços abertos na encosta, autêntico monumento ao esforço ancestral do povo destas aldeias, aposta-do em aproveitar todos os pedaços de terra para cultivo. A partir daqui é a subida para o delta do Açor, com as suas vistas amplas.

Aldeia de Piódão

Aldeia de Piódão

Descanse lá no alto e prepare-se para a descida para o Piódão. A aldeia no seu conjunto está classificada. A igrejinha, caiada de branco, contrasta com o escuro das casas de xisto. É um local ideal para descansar e comer. A visita da aldeia permitir-lhe-á descobrir pormenores curiosos, como as ruazinhas pavimentadas a lajes de xisto e as portas e janelas pintadas de azul, como em Marrocos. Não deixe de provar a aguardente de mel e as tigeladas, e descubra o artesanato local: miniaturas de casas em xisto, cestaria, etc.

É tempo de voltar à estrada. Passe por Chãs de Éguas, outra aldeia simpática em xisto e outro bom local para comer ou pernoitar. Aqui o povo fez justiça no século passado, matando no adro da igreja o Oliveirão, um dos mais temidos bandidos que infestavam a Estrada Real, que por aqui passava a caminho da Covilhã.

Mapa Serra da Estrela

Mapa Serra da Estrela

Regresse às cumeadas. A Serra da Estrela aparece, com toda a sua massa, já muito perto. Desça até Vide para a última parte do percurso, a longa subida até à Lagoa Comprida. Depois de um estradão largo e panorâmico (um inferno de pó, se for Verão), segue-se uma subida de piso duro e muito degradado. O trajecto torna-se algo massacrante mas, em contrapartida, entrou numa das mais bonitas zonas do passeio. A paisagem sofre profunda aletração. Dos vales verdejantes sobe para zonas agrestes onde o granito é rei. O panorama é grandioso e à medida que o cume da serra se aproxima os penedos vão levando a melhor sobre as manchas de pinheiros. Chegando à Lagoa Comprida e à Estrada Nacional, tem duas hipóteses: para a esquerda descerá para o Sabugueiro e Seia; para a direita, a Torre, Manteigas ou, lá no fundo, a Covilhã.

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